Punishment


Depois de tanto tempo, estou de volta. Muitos altos e baixos, como vocês puderam ver, mas acho que estou numa boa fase agora - tanto que não tenho muito o que falar. Estou postanto só pra não deixar o pobre Mosqueiro mais abandonado do que já é. Acho que já estou abusando desse lance de ser blogueira, ou simplesmente é minha vida que anda meio desinteressante, sei lá.

Ultimamente, tenho usado muito o skoob, que é, segundo a descrição de uma amiga, o "orkut dos livros". De certa forma, é mesmo. Eu diria que se parece mais com uma "last.fm" dos livros. Só não tem aquela ferramenta útil que faz o scrobble. Lá, você tem que ter paciência de listar os livros que leu, os que abandonou, os que vai ler, os que está lendo, os favoritos, e até os que você quer trocar. Confesso que fiquei um pouco frustrada quando soube que só li cerca de 100 livros, tirando todos os mangás (os quais ainda estou com preguiça de listar). Bem, eu achava que tinha lido mais. E olhe que coloquei lá todos os livros "vergonhosos" que já li, como muitos d'O Diário da Princesa. Ah, cara, eu gostava na época, e confesso que de vez em quando leio esse tipo de livro, pra relaxar. E por mais que eu ainda me sinta constrangida por listar lá esses livros, eu achei que devia fazer isso, porque não sou, ou não quero ser, uma pseudo-cult que faz pose de quem só lê coisas que prestam. Eu li coisas que não prestam também, ora, e acho que foi até, de certa forma, construtivo fazer isso, pra saber o que NÃO fazer, quando for escrever algo - se quer algum livro assim, procure por algum de Nora Roberts.

Então, eis que eu recebo no skoob um recado de um certo autor (não citarei o nome dele), pedindo que eu lesse alguns de seus textos em seu site. Acho que foi por pena e por companheirismo que eu entrei mesmo no tal site, e comecei a ler os textos, mas com extremo preconceito. Comecei a notar falhas no estilo de escrita, coisas forçadas, etc, etc, como se eu fosse "A Crítica Literária". Aí Deus resolveu me castigar, quando tive a idéia de girico de tentar reler o que já escrevi de minha história. Claro que tive vontade de jogar tudo no lixo.

Então, lembrei de um dos capítulos que li do "Para ler como um escritor", entitulado "Ler em busca de coragem", no qual Francine Prose comenta justamente sobre essa vontade de jogar tudo no lixo que - surpresa! (ou não) - atormenta todo e qualquer escritor que queira fazer algo verdadeiramente bom. Ela fala sobre ter paciência, fazer e refazer os textos até que eles ligeiramente nos agradem e, principalmente, ler, ler muito, para buscar inspiração e idéias. Isso é mais ou menos o que tenho feito nos últimos dias. Desde que entrei em férias, terminei o livro citado (falta ler apenas um prefácio escrito pelo tradutor, que comenta sobre algumas obras brasileiras), li também Cem Anos de Solidão, de Gabriel García Marquez (ridiculamente fodástico), e estou já perto de terminar O Hobbit, de Tolkien, pra depois passar para O Senhor dos Anéis, e então para o Silmarillion, para o Aves de Rapina de Wilbur Smith, etc, etc, etc.

Bem, a questão aqui é que ler me inspirou muito, sim, para escrever, mas só enquanto eu não decido ler o que eu mesma escrevi, se é que entendem. O ideal é que eu passasse um tempo só escrevendo, sem revisar, e continuasse lendo muito durante o processo, porque então eu voltaria para ler o primeiro capítulo com umas idéias muito melhores. Mas sempre me bate uma curiosidade absurda de ver como tudo está ficando, antes da hora certa, e então fico assim, desestimulada. É foda mesmo. Eu queria ter alguém totalmente neutro, que não soubesse nada sobre minha história, para lê-la e comentar com sinceridade o que achou. Essa pessoa, obviamente, não existe, nem nunca existirá. Tenho vontade também de criar uma página na internet para postar meus textos, mas sou paranóica e tenho medo que alguém decida me plagiar. Não que minhas idéias sejam assim tão boas (não são, nem de longe), mas vai saber, né.

Enfim. Acabei dizendo ao tal autor que as histórias dele eram boas e que ele era bastante criativo. Nada sobre o estilo de escrita dele. Mas o mal já está feito, e não vou perder essa sensação de ter sido castigada jamais.


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Como eu disse, não tenho nada de tão especial para falar. Só aquelas minhas velhas lamúrias cotidianas. Quem sabe eu não acabe aparecendo por aqui para divulgar o link pra os meus textos, mesmo. Isto é, se houver alguém aqui que esteja levemente interessado...

(Juro que vou tentar trazer coisas mais interessantes pra o meu blog, daqui pra frente. Cansei desse meu mimimi melodramático)


O Mosqueiro

Alguns comentários desinteressantes sobre uma vida sem-graça e totalmente repetitiva.