Fãs de Crepúsculo, eu não odeio vocês


Cara, o que está havendo com esses adolescentes de hoje, hein? Eu acho que preferia quando a moda era simplesmente ser um retardado e pronto. Agora, a moda é tentar ser inteligente, cult, crítico profissional, chato mesmo. Pior mesmo é a hipocrisia. Esse povo pensa, agora, que criticar é uma forma de mascarar a própria mediocridade, como se saber apontar os defeitos de algo fosse uma forma de se tornar superior. Meu irmão, qual é o problema de vocês??


Hoje em dia, eu odeio Crepúsculo. Mas NÃO ODEIO OS FÃS DE CREPÚSCULO, NEM ACHO QUE ELES SÃO RETARDADOS. Eu JÁ GOSTEI de Crepúsculo, e não tento esconder isso das pessoas. Por que isso me tornaria uma pessoa inferior? O que o gosto de alguém pode interferir na inteligência dela? Eu também odeio Big Brother, mas não penso que assistir aquilo atrofia o cérebro de ninguém. Não é nisso que está a idiotice, cara.

É TÃO DIFÍCIL ASSIM PERCEBER ISSO??

PAREM de se achar, sei lá, as pregas do cu da Madonna, só porque reconhecem que algo é modinha ou idiota. A idiotice está muito além das escolhas, está na forma como você trata aos outros e a si mesmo. E daí se alguém não quer ser intelectual, superdotado, ou sei lá o quê? E daí se alguém curte o estilo dos emos? Melhor que sair por aí dizendo que gosta de Nietzsche (sei nem se escrevi certo), sem entender chongas do que ele disse.

Uma coisa é criticar algo que não presta. Outra, bem diferente, é xingar aqueles que gostam do que não presta. Afinal, o que presta pra você, não presta para os outros. NÃO EXISTE UM CRITÉRIO OBJETIVO PARA SE DEFINIR ISSO! Quem te garante que você está correto? Porque você tem discernimento? Inteligência? Cabeça? Quem te garante tudo isso? Façam-me o favor...

É claro que pessoas idiotas tendem a se sentir atraídas por coisas idiotas. Mas nem todo mundo que gosta de umas coisinhas idiotas é, necessariamente, um idiota. Não generalizem, por favor.

Logicamente, eu mesma cometo, muitas vezes, o mesmo erro do qual estou reclamando no momento. Mas pelo menos acho que não uso isso pra me sentir superior. Só um pouco. Sei lá. Pode ser que seja, afinal, só um mecanismo que utilizamos para esquecer a merda que somos realmente...

De cult e imbecil, todos nós temos um pouco.

Jaula

Tenho pena de nós mesmos, de todos nós. Vivemos nessa utopia de que duas pessoas podem se amar para sempre, que a felicidade existe, que a família é o nosso lugar de aconchego, de carinho e de paz. Não dá pra entender como tanta gente ainda acredita nessa baboseira, não dá mesmo. Todo mundo tem defeitos, e todo mundo idealiza os outros como se eles fossem perfeitos, talvez como forma de esquecer suas próprias imperfeições. Ninguém consegue realmente lembrar de dinheiro, de cobranças, de velhice, de doença, na hora de dizer o famoso "sim". Nessa hora, é tudo flores, tudo véu, grinalda, vestido branco, festa, sorrisos, viagens e lindos planos para o futuro. No fim, dá tudo em merda. Ah, tem gente que tem mais paciência, ou que é simplesmente mais submisso, mais besta mesmo, e consegue engolir sapo pela vida inteira. A única diferença, agora, é que tem gente que cresceu com uma coisa chamada amor-próprio em quantidade o suficiente para não aceitar mais isso. Se isso é bom ou ruim, não me perguntem.

Só sei que é tudo mentira. É só uma jaula de pura tortura em que todos nós somos obrigados a crescer e viver, em nome de uma suposta felicidade obtida através de uma ainda mais irreal harmonia e aceitação do outro. Isso não existe. Não adianta o que me digam, não existe. É só uma finalidade que inventaram pra deixar tudo mais bonitinho e enfeitado, só pra disfarçar os animais abomináveis que somos de verdade. Eu preferia ter nascido como uma formiga, ou um cachorro, uma lesma, uma barata, sei lá. Pelo menos eles não são tão asquerosos.

O(s) mico(s) nosso(s) de cada dia

Sabe aqueles momentos constrangedores nos quais você, vivendo tranquilamente sua vida (ou não), olha por acaso (ou não) para uma pessoa, e esta dá aquele aceninho simpático, e você retribui igualmente um aceno simpático (mas mais próximo do patético), só pra descobrir que ela acenava para alguém atrás de você? Você instantaneamente coloca aquela mão ridícula no cabelo, ajeita os óculos, finge que bocejou. Esta última opção é a que considero melhor, porque aí você não precisa disfarçar seu sorrisinho idiota (uma tentativa de parecer simpático). Mas não tem jeito. Só da pra se sentir o próprio Tobey Maguire em Homem-Aranha 1, acenando para a Kirsten Dunst que nem sabia de sua existência. Parece que você está doido para receber atenção de qualquer um, porque você é um tosco solitário e anti-social. Não se preocupe, vão pensar mesmo isso de você, caso você não seja um daqueles “super-populares”, cujas mancadas viram motivo de risos simpáticos, e não motivo de chacota. Mundo cruel.


Eu sempre tenho medo do que as pessoas vão pensar de mim, em minhas mancadas. Hoje, saindo da universidade, dirigindo o carro, cheguei perto de uma lombada onde um casal esperava para atravessar. Mas quando olhei de longe para o cara, vi que o conhecia de algum lugar. Fiquei encarando ele com aquela cara de retardada, pensando “de onde eu te conheço?”, “de onde eu te conheço?”, e nem percebi que eu não estava freando o carro direito. De repente, minha mãe grita “Freia! Freia!”, e então eu dou aquela parada brusca, quase atropelando o casal, que passa pela maldita lombada rindo de minha cara de debilóide. O que eles devem ter comentado? “Aquela menina estava te paquerando, Paulo”. É, lembrei o nome do dito cujo bem na hora que parei a porcaria do carro. Foda.

E já que estamos falando nesses miquinhos da vida, tem mais um de ontem. Lá estava eu, (não tão) tranquilamente ligando para os números de uns consultórios, querendo saber se atendiam pelo meu plano de saúde. Lá pela quinta ligação, atende uma moça de uma clínica, e faço a pergunta. “Qual a especialidade?”, questiona ela. “Reumatismo”, respondo eu. Foda [2].

Sem mais micos. Pago muitos, mas esqueço a maioria.

Aconteceu muita coisa nesse tempo em que abandonei o blog. Não tenho vontade de citar nem a metade delas (da outra metade eu não lembro). Mas tem umas coisas que até não me importo de falar.

Por exemplo, finalmente li a trilogia do Senhor dos Anéis. Acreditem se quiserem, mas eu nunca sequer tinha visto os filmes. Isso foi bom, porque aí eu pude ler os livros sem saber como seria a história, e imaginar as coisas antes, sem ficar me perguntando como eu teria imaginado, se eu não tivesse visto o filme antes. Algumas pessoas que me conhecem bem podem rir desse comentário, porque, bem, eu sempre digo que não me importo com spoilers. Não me importo mesmo. Saber o que vai acontecer não me tira a vontade de ver um filme ou livro. Pelo contrário, às vezes até fico mais animada. Sei lá, eu gosto de ver como as coisas vão acontecer, as palavras que vão ser usadas no livro, as expressões dos atores no filme, o traço que vai ser feito nos quadrinhos... enfim. Não sei explicar isso muito bem. Vamos fechar os parênteses.

De qualquer forma, como seria de se esperar, viciei no Senhor dos Anéis e em tudo mais. E acho que acabou sendo bom ter demorado tanto pra ler a história. Se eu tivesse lido quando ainda era uma pirralha noob e preconceituosa (ainda sou um pouco), talvez não tivesse gostado tanto. Passei um bom tempo numa fase meio doentia de sempre estar vendo, lendo, assistindo qualquer coisa relacionada ao Senhor dos Anéis. Qualquer coisa mesmo. Fiquei louca de vontade pra ver “Um Olhar do Paraíso” só porque o diretor, Peter Jackson, é o mesmo do Senhor dos Anéis. Desenhei um Frodo. Vi horas e horas de vídeos extras sobre a produção e o elenco do Senhor dos Anéis. Assim por diante. Mas já passou um pouco. Estou lendo “Roverandom”, de Tolkien. É, não passou completamente. Sinceramente, nem quero que passe. É bom estar viciado em algo. Desvia sua mente facilmente de certos problemas sem solução, ou simplesmente mantém sua mente ocupada. E, como dizem por aí, “mente vazia é oficina do diabo”.

Roverandom, em minha defesa, é bem diferente do estilo do Senhor dos Anéis e até do Hobbit. É tão fofo quanto este último – talvez por serem ambos livros que Tolkien escreveu para seus filhos – mas o tipo de história é diferente. Em primeiro lugar, o protagonista é um cachorro. E um cachorro que existiu de verdade, de certa forma. Era um brinquedo de Michael, filho de Tolkien, que foi perdido na praia. Então Tolkien criou toda a história de Roverandom pra consolar o filho. Não é a coisa mais fofa desse mundo? Eu queria muito ter conhecido Tolkien, muito mesmo.

Acabei sem postar quase nada aqui durante as férias. Parece que eu só me inspiro pra fazer coisas quando eu não posso fazê-las. Mas quer saber? Se me bater a inspiração, de agora em diante, eu vou fazer. Nem sei se vou continuar no meu curso, mesmo, saporra.

A imagem de hoje não tem motivo nenhum para estar aí. Eu só gosto dela.

É isso aí. Até o próximo século, mosquinhas o/

Punishment


Depois de tanto tempo, estou de volta. Muitos altos e baixos, como vocês puderam ver, mas acho que estou numa boa fase agora - tanto que não tenho muito o que falar. Estou postanto só pra não deixar o pobre Mosqueiro mais abandonado do que já é. Acho que já estou abusando desse lance de ser blogueira, ou simplesmente é minha vida que anda meio desinteressante, sei lá.

Ultimamente, tenho usado muito o skoob, que é, segundo a descrição de uma amiga, o "orkut dos livros". De certa forma, é mesmo. Eu diria que se parece mais com uma "last.fm" dos livros. Só não tem aquela ferramenta útil que faz o scrobble. Lá, você tem que ter paciência de listar os livros que leu, os que abandonou, os que vai ler, os que está lendo, os favoritos, e até os que você quer trocar. Confesso que fiquei um pouco frustrada quando soube que só li cerca de 100 livros, tirando todos os mangás (os quais ainda estou com preguiça de listar). Bem, eu achava que tinha lido mais. E olhe que coloquei lá todos os livros "vergonhosos" que já li, como muitos d'O Diário da Princesa. Ah, cara, eu gostava na época, e confesso que de vez em quando leio esse tipo de livro, pra relaxar. E por mais que eu ainda me sinta constrangida por listar lá esses livros, eu achei que devia fazer isso, porque não sou, ou não quero ser, uma pseudo-cult que faz pose de quem só lê coisas que prestam. Eu li coisas que não prestam também, ora, e acho que foi até, de certa forma, construtivo fazer isso, pra saber o que NÃO fazer, quando for escrever algo - se quer algum livro assim, procure por algum de Nora Roberts.

Então, eis que eu recebo no skoob um recado de um certo autor (não citarei o nome dele), pedindo que eu lesse alguns de seus textos em seu site. Acho que foi por pena e por companheirismo que eu entrei mesmo no tal site, e comecei a ler os textos, mas com extremo preconceito. Comecei a notar falhas no estilo de escrita, coisas forçadas, etc, etc, como se eu fosse "A Crítica Literária". Aí Deus resolveu me castigar, quando tive a idéia de girico de tentar reler o que já escrevi de minha história. Claro que tive vontade de jogar tudo no lixo.

Então, lembrei de um dos capítulos que li do "Para ler como um escritor", entitulado "Ler em busca de coragem", no qual Francine Prose comenta justamente sobre essa vontade de jogar tudo no lixo que - surpresa! (ou não) - atormenta todo e qualquer escritor que queira fazer algo verdadeiramente bom. Ela fala sobre ter paciência, fazer e refazer os textos até que eles ligeiramente nos agradem e, principalmente, ler, ler muito, para buscar inspiração e idéias. Isso é mais ou menos o que tenho feito nos últimos dias. Desde que entrei em férias, terminei o livro citado (falta ler apenas um prefácio escrito pelo tradutor, que comenta sobre algumas obras brasileiras), li também Cem Anos de Solidão, de Gabriel García Marquez (ridiculamente fodástico), e estou já perto de terminar O Hobbit, de Tolkien, pra depois passar para O Senhor dos Anéis, e então para o Silmarillion, para o Aves de Rapina de Wilbur Smith, etc, etc, etc.

Bem, a questão aqui é que ler me inspirou muito, sim, para escrever, mas só enquanto eu não decido ler o que eu mesma escrevi, se é que entendem. O ideal é que eu passasse um tempo só escrevendo, sem revisar, e continuasse lendo muito durante o processo, porque então eu voltaria para ler o primeiro capítulo com umas idéias muito melhores. Mas sempre me bate uma curiosidade absurda de ver como tudo está ficando, antes da hora certa, e então fico assim, desestimulada. É foda mesmo. Eu queria ter alguém totalmente neutro, que não soubesse nada sobre minha história, para lê-la e comentar com sinceridade o que achou. Essa pessoa, obviamente, não existe, nem nunca existirá. Tenho vontade também de criar uma página na internet para postar meus textos, mas sou paranóica e tenho medo que alguém decida me plagiar. Não que minhas idéias sejam assim tão boas (não são, nem de longe), mas vai saber, né.

Enfim. Acabei dizendo ao tal autor que as histórias dele eram boas e que ele era bastante criativo. Nada sobre o estilo de escrita dele. Mas o mal já está feito, e não vou perder essa sensação de ter sido castigada jamais.


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Como eu disse, não tenho nada de tão especial para falar. Só aquelas minhas velhas lamúrias cotidianas. Quem sabe eu não acabe aparecendo por aqui para divulgar o link pra os meus textos, mesmo. Isto é, se houver alguém aqui que esteja levemente interessado...

(Juro que vou tentar trazer coisas mais interessantes pra o meu blog, daqui pra frente. Cansei desse meu mimimi melodramático)


O Mosqueiro

Alguns comentários desinteressantes sobre uma vida sem-graça e totalmente repetitiva.