Às vezes cansa, sabe. Não é que eu seja uma adolescente revoltadinha, já passei dessa fase, mas cansa não poder ter liberdade, sentir-se monitorado o tempo inteiro. Eu concordo com você, mesmo sabendo que você nunca vai ler isso, mesmo sabendo que vai piorar, que estão cagando com tudo ainda mais, neste exato momento. Eu realmente entendo sua revolta, sua raiva. Mas eu tento chegar perto, e você não deixa, age como se me odiasse. E, sabe, pela primeira vez, percebi como isso me dói. Não queria que você me visse assim. Mas acho que não tem jeito, né? Eu devo ter errado, talvez você tenha razões para me odiar, mas eu só queria que soubesse que eu queria estar próxima agora, para te ajudar. Eu te vejo meter os pés pelas mãos, mentir para disfarçar os erros, cometer os mesmos enganos que eu mesma cometi, mas não posso te alcançar, você não quer. Desde quando? Desde quando existe essa barreira, essa muralha entre nós? Não era assim. Eu gostaria de ter perdido perdão na hora certa, e talvez você hoje fosse próximo a mim como já foi antes. Mas eu era uma idiota. Eu sou ainda uma idiota, acho. Eu fui egoísta e atribuí sua solidão a uma fase, a um momento, como se um dia, por um passe de mágica, você fosse “enxergar a verdade” e se redimir, e como se eu soubesse sobre essa tal verdade. Mas piorou, não foi? Você tem raiva de mim, não é? E acho que foi minha culpa. Eu fui covarde, não agi na hora certa, e agora só posso soltar lamúrias em um blog idiota, cuja existência você desconhece. Que tipo de parente eu sou? Que tipo de parente...
O fato é que quatro paredes, por mais tempo que tentemos, não trazem mais proteção, privacidade. Você tenta conseguir isso, então, em outro mundo, mas eles são diferentes. Eles também conhecem esse mundo, e sabem que você faz parte dele, monitoram por todos os lados. Você tenta se esquivar, mas não consegue. Então, isola-se ainda mais, e a revolta, a raiva, só cresce. Eles não fazem por mal. Nós não fazemos por mal. Só não sabemos como chegar perto. Bem, você fez de tudo para que não soubéssemos, não foi? Eu só queria te conhecer, ser sua amiga. Chega a ser divertido, para mim, descobrir detalhes sobre você. Contudo, isso só te parece mais um importúnio, eu sou apenas mais uma chata pegando no seu pé.
Não vou mentir dizendo que não tenho raiva. Que não te acho um machista e idiota, muitas vezes. Que não detesto essa sua mania de só tratar bem quem se encaixa nos seus padrões preconcebidos. Que não sinto vontade de te sacudir e dizer “ei! Você não é o melhor do mundo, e eu não sou nenhuma retardada!” (e eu devia ter feito isso). Porém, sei também que você é gentil, que você é bondoso como poucos que conheço. Você não tem idéia do quanto te admiro, do quanto gostaria de ser como você, em alguns aspectos. E de que adianta falar isso? De nada, de nada. Só palavras vomitadas ao acaso. Eu sou só uma “burra”, não é? Uma menininha mimada, alienada, hipócrita, de pensamentos curtos e boca de fossa. Eis o que sou, em sua cabeça. Bem, gostaria de dizer que não sou perfeita, mas não sou igual ao modelo que você santificou. Sinto muito.
Eu sinto sua revolta, e sinto sua dor, e já sofri com isso muito mais que você imagina, mas estou aqui. Não posso impedi-los, nem vou bater o pé. Simplesmente acabou, e você tem que se conformar com isso. O que você quer? Impedi-los de viver, só em nome de suas vontades? Que eles não se interessem, não se sintam curiosos pelas próprias crianças que trouxeram ao mundo e criaram durante toda a vida, com todo o sofrimento e sacrifício por que passaram? Cresça. Aprenda de uma vez que você é só uma criança. Uma criança que foi superestimada, ganhou confiança demais, e agora age como adulto, sem ser.
O fato é que quatro paredes, por mais tempo que tentemos, não trazem mais proteção, privacidade. Você tenta conseguir isso, então, em outro mundo, mas eles são diferentes. Eles também conhecem esse mundo, e sabem que você faz parte dele, monitoram por todos os lados. Você tenta se esquivar, mas não consegue. Então, isola-se ainda mais, e a revolta, a raiva, só cresce. Eles não fazem por mal. Nós não fazemos por mal. Só não sabemos como chegar perto. Bem, você fez de tudo para que não soubéssemos, não foi? Eu só queria te conhecer, ser sua amiga. Chega a ser divertido, para mim, descobrir detalhes sobre você. Contudo, isso só te parece mais um importúnio, eu sou apenas mais uma chata pegando no seu pé.
Não vou mentir dizendo que não tenho raiva. Que não te acho um machista e idiota, muitas vezes. Que não detesto essa sua mania de só tratar bem quem se encaixa nos seus padrões preconcebidos. Que não sinto vontade de te sacudir e dizer “ei! Você não é o melhor do mundo, e eu não sou nenhuma retardada!” (e eu devia ter feito isso). Porém, sei também que você é gentil, que você é bondoso como poucos que conheço. Você não tem idéia do quanto te admiro, do quanto gostaria de ser como você, em alguns aspectos. E de que adianta falar isso? De nada, de nada. Só palavras vomitadas ao acaso. Eu sou só uma “burra”, não é? Uma menininha mimada, alienada, hipócrita, de pensamentos curtos e boca de fossa. Eis o que sou, em sua cabeça. Bem, gostaria de dizer que não sou perfeita, mas não sou igual ao modelo que você santificou. Sinto muito.
Eu sinto sua revolta, e sinto sua dor, e já sofri com isso muito mais que você imagina, mas estou aqui. Não posso impedi-los, nem vou bater o pé. Simplesmente acabou, e você tem que se conformar com isso. O que você quer? Impedi-los de viver, só em nome de suas vontades? Que eles não se interessem, não se sintam curiosos pelas próprias crianças que trouxeram ao mundo e criaram durante toda a vida, com todo o sofrimento e sacrifício por que passaram? Cresça. Aprenda de uma vez que você é só uma criança. Uma criança que foi superestimada, ganhou confiança demais, e agora age como adulto, sem ser.
###
Simplesmente ignorem isso. Só precisei desabafar, por falta de opção. Este é o único lugar seguro que ainda disponho, o único lugar em que ainda não sou vigiada. O post verdadeiro dessa semana está logo abaixo.