(con)vivendo e (não) aprendendo


É, eu sei que eu prometi fazer uma descrição "completa" do show de Beirut, mas quer saber? Eu não sei fazer essas coisas. Só posso dizer que achei incrível ver a banda lá, pertinho de mim, tocando as músicas que eu mais gostava, e eu gritando como uma louca, junto com aquela galera toda... A voz dele estava meio diferente, mas eu meio que esperava por isso. Não alterou minha emoção com o show. Eu devo ter ido muito mais pra ver a banda que para escutá-la, mesmo, sei lá.

Outras pessoas se importaram com a voz dele. Como eu sou uma energúmena incompreensiva sem senso crítico e sensibilidade, eu tenho essa mania de ter raiva de quem critica o que gosto. E pra piorar, em vez de esconder isso, eu deixo transparecer. Bravo. Porque eu tenho razão, certo?

Parece até ironia. Semana passada mesmo, eu estava falando aqui justamente no contrário, quando eu criticara algo de que a pessoa com quem eu conversava poderia gostar. Talvez eu tenha sentido na pele o que já sentiram por mim, mas (que novidade) reagi da maneira errada. Típico. Nem sei se eu acredito em quanquer tipo de entidade sobrenatural, mas, se eu acreditar, eu devo estar pensando que isso foi castigo, foi uma sacanagem de alguém lá em cima, ou então foi só minha lição de casa, mesmo. Vai saber.

Acho que é por isso que eu sou anti-social. Quanto menos gente eu conheço, menos chances de fazer merdas como essas. Hoje foi legal, minha MÃE disse que eu era uma imbecil. Perfeito, meu dia.

O mais irritante de tudo é que as merdas que andei fazendo foram merdas que já fiz antes. Quem falou que "quem erra, aprende" era um grande bocó. Nunca vi uma abobrinha tão absurda. Eu só aprendo quando acerto, mesmo. E quando isso envolve conviver com pessoas, aí eu me perco. Quando ofendo alguém, sempre tomo uma atitude superior, do tipo "que besteira, você se ofendeu com isso?", mas espero que as pessoas entendam quando sou eu que estou ofendida, ou simplesmente escondo minha raiva, quando isso acontece. Aí um dia eu deixo escapar e dá nisso, alguém se ofende com minha franqueza (essa história de ser sincero também é papo furado, sinceridade só traz brigas). E recomeça o ciclo. Aí eu fico ruminando no cérebro as besteiras que fiz, por toda a eternidade, e nunca tomo uma atitude correta em relação a elas, nem para prevenir, nem para remediar. Isso é que é atitude. Às vezes eu me sinto como Atlas, segurando o céu com as costas, só que o céu é minha vida, por causa disso, do peso na consciência. O que inclui pesos que eu mesma inventei, sem motivo, só por causa de minhas paranóias. Eu queria ser menos complexada e saber desenrolar as coisas, ou ao menos encará-las com leveza. Me vê um pouquinho menos de orgulho pra concertar as besteiras, também, tô precisando.

Bem, talvez eu só esteja numa onda de azar, mesmo. Acontece.

Maldita lei de Murphy.

2 moscas:

Amanda Guerra 22 de setembro de 2009 às 17:59  

Adorei o trocadilho do título, você escreve muito bem Carol. Beijos ;*

Flofa 22 de setembro de 2009 às 18:30  

Olha quem fala, né? Obrigada, Amanda ;**.

O Mosqueiro

Alguns comentários desinteressantes sobre uma vida sem-graça e totalmente repetitiva.