Universo paralelo, parte I
De pernas para o ar
私の家族

O fato é que quatro paredes, por mais tempo que tentemos, não trazem mais proteção, privacidade. Você tenta conseguir isso, então, em outro mundo, mas eles são diferentes. Eles também conhecem esse mundo, e sabem que você faz parte dele, monitoram por todos os lados. Você tenta se esquivar, mas não consegue. Então, isola-se ainda mais, e a revolta, a raiva, só cresce. Eles não fazem por mal. Nós não fazemos por mal. Só não sabemos como chegar perto. Bem, você fez de tudo para que não soubéssemos, não foi? Eu só queria te conhecer, ser sua amiga. Chega a ser divertido, para mim, descobrir detalhes sobre você. Contudo, isso só te parece mais um importúnio, eu sou apenas mais uma chata pegando no seu pé.
Não vou mentir dizendo que não tenho raiva. Que não te acho um machista e idiota, muitas vezes. Que não detesto essa sua mania de só tratar bem quem se encaixa nos seus padrões preconcebidos. Que não sinto vontade de te sacudir e dizer “ei! Você não é o melhor do mundo, e eu não sou nenhuma retardada!” (e eu devia ter feito isso). Porém, sei também que você é gentil, que você é bondoso como poucos que conheço. Você não tem idéia do quanto te admiro, do quanto gostaria de ser como você, em alguns aspectos. E de que adianta falar isso? De nada, de nada. Só palavras vomitadas ao acaso. Eu sou só uma “burra”, não é? Uma menininha mimada, alienada, hipócrita, de pensamentos curtos e boca de fossa. Eis o que sou, em sua cabeça. Bem, gostaria de dizer que não sou perfeita, mas não sou igual ao modelo que você santificou. Sinto muito.
Eu sinto sua revolta, e sinto sua dor, e já sofri com isso muito mais que você imagina, mas estou aqui. Não posso impedi-los, nem vou bater o pé. Simplesmente acabou, e você tem que se conformar com isso. O que você quer? Impedi-los de viver, só em nome de suas vontades? Que eles não se interessem, não se sintam curiosos pelas próprias crianças que trouxeram ao mundo e criaram durante toda a vida, com todo o sofrimento e sacrifício por que passaram? Cresça. Aprenda de uma vez que você é só uma criança. Uma criança que foi superestimada, ganhou confiança demais, e agora age como adulto, sem ser.
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Simplesmente ignorem isso. Só precisei desabafar, por falta de opção. Este é o único lugar seguro que ainda disponho, o único lugar em que ainda não sou vigiada. O post verdadeiro dessa semana está logo abaixo.
O fim do feminismo?

A mulher é vista por ela mesma como objeto sexual, concorda com isso a partir do momento em que quer seguir essas “regras”. Na revista, aplausos ao comentário grosseiro de Jorge Amado: "uma mulher pode ser feia de aparência, pior de formas, mas se a boca do corpo for de chupeta, trata-se de diamante puro”. Ah, como é admirável e singela a descoberta: a mulher é uma vagina. Simples, né? O filme Perfume de Mulher, com título pretensamente elogioso a nosso gênero, é o mesmo em que Al Pacino tenta explicar seu amor às mulheres falando de todas as partes no corpo delas que o excitam, por fim declarando que só há uma palavra no mundo, “xota”. Lindo, não é? E é mais revoltante porque nós achamos isso normal, rimos desse fato deprimente. Nas revistas, dicas de ousadias sexuais, até mesmo técnicas para proporcionar mais prazer (a ELE), e todos os tipos de depravações que traduzem ainda mais claramente a visão global de que a mulher está presa a seu corpo, assim como o homem.
Nos anúncios, estão implícitas as alusões à subordinação feminina, a seu papel como dona do lar. Os temas das reportagens para mulheres? Consumo, beleza, moda, cozinha e casa, família, sexo, homens. Parece que não temos capacidade de falar em política, em religião, sociedade, literatura, tecnologia... O comportamento ideal feminino aparentemente gira em torno das palavras: sedução, maternidade, submissão, altruísmo, abnegação. A mulher de verdade, para Adélia Prado, é aquela que sabe dizer “sim”, que sabe se curvar. Essa ilustríssima autora (que declara se sentir como “homem” quando escreve, pois vê a criatividade como um atributo masculino), tão célebre em seus discursos feministas quanto Jorge Amado o foi no trecho citado, tem “vergonha” dos direitos da mulher, acredita que eles a inferiorizam, enquanto ser humano. Bem, acho que esses mesmos direitos não são nada, enquanto instrumento de “inferiorização”, frente a uma mentalidade como a dela. Ah, mas não tenho pretensão de criticar esses dois autores. Eles não são nada, quando há tantos outros, cuja reputação sempre relembram. Freud, Rousseau, Hegel, Lombroso, Nietzsche, Schopenhauer... a lista é interminável. É claro que o machismo está enraizado em nossa cultura. É claro que não é fácil, mesmo para as mais esclarecidas das mulheres, libertar-se dessa ideologia. Mas aceitar passivamente tudo isso já é o extremo oposto. Mesmo que seja difícil, e mesmo que não obtenhamos o total sucesso, é preciso ao menos tentar. Feminismo não é coisa de lésbica, de mulher mal-amada. Feminismo é coisa de mulher que realmente deseja a independência, que deseja se libertar finalmente do homem que ainda limita e circunda seu mundo. Não acreditem que existe uma oposição entre o feminismo e o feminino, como insistem em pregar por aí. Não acreditem que ter atitudes libertárias é ser infeliz. É tudo retórica do discurso machista.
Não é tão fácil, também, porque visivelmente há uma grande repressão para com os homens. Eles têm que ser fortes, machões, viris, brutos, beberrões. Se não, são boiolas, gays, viados, frutas, bichas. Ainda assim, frente às mulheres, são superiores, ou pelo menos buscam por isso. Entre suas fantasias sexuais, a do estupro. A da mulher que de início diz “não” e depois não resiste ao “gostosão”. Mulher pra casar? Só as boazinhas, quietinhas, tímidas, naturais, sem “mania de independência”. Eles não querem ter dor de cabeça, né, afinal, são os guerreiros exaustos que chegam em casa para descansar, para encontrar a mesinha feita por sua mulher afetuosa. Ou escrava, melhor dizendo.
Os direitos da mulher podem ser, sim, discriminatórios, mas são necessários enquanto permanecer essa mentalidade. É para ensinar o bê-a-bá a quem ainda insiste em não aprender. E não acredito estar sendo contraditória (posto que sou contra a política de cotas), porque para mim a questão do gênero é mais complexa que a da cor (antes que eu seja mal interpretada, deixem-me apenas dizer que não acho que as cotas representam para os negros o mesmo que os direitos das mulheres, para elas. Só estou tentando me defender de possíveis acusações de contradição). É muito mais fácil, muito mais visível para a compreensão que a simples pigmentação não interfere de qualquer forma na capacidade intelectual, física, etc. Entre homens e mulheres, entretanto, há diferenças biológicas muito mais gritantes, e há também a relação íntima e complexa que desenvolvem, que de alguma forma contribuiu para construir essa idéia de “cada macaco no seu galho”. Não sei desde quando exatamente sobreveio o machismo, nem o motivo para isso, mas às vezes fico pensando que a a força física tenha sido fator determinante, se tudo ocorreu quando ainda vivíamos nas cavernas, etc. O homem descobriu que podia colocar medo nas mulheres, para subordiná-las, e também ameaçar seus inimigos, de modo que foi conquistando suas “propriedades”, aos poucos: sua terra, sua comida, sua(s) mulher(es), seus filhos.
E à medida em que se desenvolveu a sociedade, à medida em que a força física foi perdendo sua importância, o homem criou outras desculpas para justificar sua hegemonia, dentre elas a de que a mulher é um ser lascivo e incontrolável, que deve ser “domesticado”, de modo a alcançar uma espécie de santidade. (Vide Bíblia)
E voltamos aos nossos dias, tempos mais avançados, nos quais a mulher já alcançou a emancipação. Será mesmo? Ou continua tudo do jeito que era antes, mas sob outros disfarces? Eu acredito que seja o segundo caso.
De qualquer forma, o que me inspirou para falar sobre isso, hoje, foi esse texto:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-88392001000300010&lng=pt&nrm=iso#tx6
Eu só digo uma coisa. Muito provavelmente eu não conseguirei me libertar completamente do machismo arraigado em toda minha criação e crescimento, mas tem umas coisas que eu jamais vou admitir. Não vou colocar o sobrenomezinho de meu maridinho (se é que terei um, porque não faço a mínima questão) no meu, a não ser que ele aceite colocar também o MEU sobrenome no dele (HÁ! Eu quero só ver!). Não vou ser escrava dos pratos e do fogão, do tanque e da vassoura. Não vou engolir machismo: é divórcio NA HORA. Não vou me rebaixar para um macho alfa, não vou suprimir minha vontade só para cumprir minha “função social” do que quer que eu venha a ser como mulher: mãe, esposa, trabalhadora. Egoísmo? Que seja. Mas não vou me doar aos outros, perder meu tempo com essas coisas de família e casamento, não enquanto eu não alcançar o que quero de minha vida, meus “sonhos”, ou melhor, meus objetivos - o que certamente não envolve me enfurnar para sempre em uma casa e rastejar sozinha para cuidar dela.
(Foto: Maria da Penha)
Enfim, depois do pseudo-momento-revolta, não tenho lá coisas muito frutíferas a dizer. Só que estou completamente f*dida na universidade, e que na verdade escrevi isso hoje para fugir das obrigações. Estou frustrada com minha dieta, portanto estou ansiosa para comer loucamente, e no momento enfrento um tédio interminável, porque não parece ter nada mais interessante em minha vida além da universidade. Até Naruto perdeu a graça, mesmo depois da melhorada que houve no capítulo 471. Sei lá, o mundo está cinza, muito sem-graça. Não sei quanto tempo isso vai durar.
...como uma pena
E já que estamos falando em alegria, nada melhor que recomendar essa banda incrível, Camera Obscura. As músicas combinam totalmente com o clima que estou no momento. Sempre que as escuto, penso em algo como Londres, ou uma cidade fria, uma pub apertada (de preferência uma que sirva torta de blueberry u_u) com iluminação alaranjada... enfim, começam a me vir esses altos ambientes onde criar histórias (tem outros tipos de cenário que me aparecem, mas não saberia descrever bem, e, se, soubesse, teria preguiça). Uma amiga minha havia me passado duas músicas deles (“Lloyd, I’m Ready to be Heartbroken” e “Tears for Affairs”) há bastante tempo, mas só tinha ouvido uma vez, baixinho, num aparelho não muito legal, portanto não me impressionei muito. Aí, sexta-feira, no ônibus, enquanto viajava para Natal, escutei de novo, e não parei mais. Ontem, baixei a discografia deles, e deixo aqui os links para quem quiser, também. As músicas que citei são do “Let’s get out of this Country”. (Ainda queria aprender a colocar as imagens no lugar que quero, assim eu colocaria as capas dos álbuns.)
Camera Obscura - Biggest Bluest Hi-Fi (2001): download
Camera Obscura - Underachievers Please Try Harder (2004): download
Camera Obscura - Let’s Get out of this Country (2006): download
Camera Obscura - My Maudlin Career (2009): download
Quanto aos outros livros/quadrinhos, não saí muito do canto, embora tenha avançado um pouco em Francine Prose. Comprei também “O Homem Proibido”, de Nelson Rodrigues, autor que vinha querendo conhecer há um tempo. Pelo que li na livraria, parecia um livro muito bom, mas depois minha mãe falou que Nelson Rodrigues tem fama por ser machista, e algumas histórias dele foram adaptadas para novelas (preconceito foda, oi). Tudo bem, isso não muda minha opinião sobre o livro, e eu tenho que conhecer antes de criticar, né. Also, peguei emprestado de minha avó um livro de Érico Veríssimo - outro autor sobre o qual estou curiosa – “Um Certo Capitão Rodrigo”, e outro de Guimarães Rosa (dispensa comentários), ”Noites do Sertão”. Agora é arranjar tempo pra ler tudo isso.
Bem, agora vocês já podem terminar de ler, se não estiverem dispostos a me ver falar de Naruto hiperativamente até o fim do post. Adeus, mosquitxas. Comentários lá em cima, em “moscas” (u_u).
Eu avisei.
Li os spoilers para o capítulo 469, e não poderia estar mais decepcionada. Ainda rezei para que fosse um spoiler fake, mas pelo jeito não é, já que tem imagem e tudo. Aí vai o trecho maldito, motivo de minha frustração:
Naruto: "O quê...?! O que você acabou de dizer, Sakura-chan?! Eu acho que não ouvi você, diga isso novamente."
Sakura: Como eu disse, Naruto, eu gosto/amo você! Sasuke-kun não quer dizer mais nada para mim! Eu não sei como eu poderia amar qualquer um como ele... eu estou confessando para você aqui, assim me escute.
Naruto: "Mas por quê ...? Como é que ...? Se você está brincando, então isto não é nada engraçado ... Sakura-chan .... mas... Que diabos aconteceu [para você ]...?"
Sakura: "Nada, realmente... Eu abri meus olhos... eu não preciso amar alguém que é um perdido e um criminoso, não é? Eu não vou ser uma criança para sempre. Eu vou encarar a realidade de frente. Então, Naruto... Eu não preciso de sua promessa nem de mais nada. Você não vai parar de perseguir Sasuke...?"
Yamato: "O que é..."
(Kakashi o pára.)
Naruto: "O que aconteceu [a você], Sakura-chan? Porque você tão de repente mudar sua opinião sobre mim..."
Sakura: "Eu estou te dizendo, eu não preciso mais disso! Eu me apaixonei por você, com todo meu coração, é esse o motivo".
(Naruto se lembra de uma cena onde Sakura amava Sasuke.)
(Sakura abraça Naruto.)
Kakashi: "Sakura, você..."
Sakura: "Eu apenas cresci além do Sasuke-kun... Você sempre esteve ao meu lado, Naruto. Você me animou e... eu percebi... como você realmente é. Você é um herói que protegeu a aldeia. Todos na aldeia o amam agora.... Acabei de tornar-me um deles ... Você era um “mischievous dead-last”... mas pouco a pouco você cresceu adorável e bonito... Você estava perto de mim, então eu vi isto. Mas Sasuke-kun continua cometendo crimes... isso parte meu coração... Ele se tornou alguém distante para mim".
Naruto: "..."
Sakura: "Naruto... Mas quando eu posso te tocar assim... eu me sinto em paz... Eu estou lhe dizendo isso do fundo do meu coração..."
Naruto: "Corta o papo furado, Sakura-chan... Eu disse que não posso rir de uma piada como essa."
Sakura: "Por que você está irritado...? Eu há pouco superei Sasuke-kun, isso é tudo. Coração de mulher é uma coisa estranha, não é?”
Naruto: "Eu... eu odeio pessoas que mentem para si mesmas!"
Fim.
"Emimesmada"
É bem possível que, de fato, eu goste da rotina, talvez porque ela ao menos me dê alguma orientação sobre o que fazer, e me pressione, quando preciso (e quando não preciso também). Afinal, é bom ter algo fixo em que se embasar, quando se tem uma cabeça confusa como a minha. O tempo em que ela inexiste se prolonga e, proporcional e inversamente, aquele sentimento de responsabilidade vai aos poucos se esvaindo, esvaindo… até não sobrar quase nada, a não ser o sentimento de “acho que eu devia estar estudando agora”. “Mas o que estudar?”, pergunto-me em seguida, e vou fazer outras coisas. Ou, se decido estudar,sinto-me perdida, às vezes até angustiada, mais uma vez metida em um conflito entre minha vontade e minha consciência.
Por que eu andava, até pouco tempo, reclamando da rotina, então? Nem eu sei. É aí que entra aquela contradição que citei há pouco. Talvez todo aquele discurso de “eu quero liberdade” tenha sido, afinal, simplesmente uma maneira de esconder o que eu realmente sou, uma moça certinha e paranóica, que gosta de coisas esquematizadas, em linha reta, de procedimentos desprovidos de inteligência. Eu vivo criando mentiras para esconder o que realmente sou (não que faça propositalmente), e ouso dizer ainda que muitos outros fazem o mesmo, quiçá todos nós. Só queria entender o motivo exato disso, por que sentimos tanto medo de nos expressarmos como realmente somos, por que isso se enraizou tão profundamente em nosso subconsciente (ou seria inconsciente?) a ponto de termos tomado esse escudo como algo tão tácito que deixamos de notar os momentos em que estamos protegidos por ele. Quem sabe, muitas daquelas vezes quando sentimos uma tristeza inexplicável, repentina, seja devido a isso, a essa repressão corrompida, corrosiva, que nos impuseram. Mas quem exatamente nos impôs isso, de qualquer forma?
Nesse sentido (e ao mesmo tempo, “por outro lado”), eu sei que, no fundo, muito do que “sou” é meramente fruto da inveja que sinto das pessoas ao meu redor, embora eu ainda ache “inveja” uma palavra muito forte, até pecaminosa (resquícios da época em que era religiosa?). Sendo ou não inveja, o fato é que eu só sinto o impulso (por vezes, desespero) para estudar quando observo colegas que estudam e noto o resultado que o esforço trouxe para eles. Não só nos estudos, mas em muitos outros aspectos de minha vida também. Com filmes, por exemplo, já que comecei a prestar maior atenção neles depois que me vi rodeada de amigos amantes de cinema. Mas não chega a ser como se tudo em mim fosse artificial. Eu não sei mais, e acho que já falei isso em outra oportunidade, até que ponto faço algo para acompanhar os outros ou pelo simples prazer em fazê-lo. Ando passando por uma fase muito confusa, meio embaçada, e não consigo mais enxergar bem o que passa realmente pela minha cabeça. Costumo pôr a culpa de tudo isso na mudança não-mais-tão-recente-mas-ainda-assim-súbita de... rotina. É. Querendo ou não, ela é uma das bases de nossa vida. Ou apenas da minha, vai saber.
Só existem algumas coisas das quais tenho plena certeza de gostar, além de chocolate. São coisas que sinto meio como “meus gostos puros”, que desenvolvi desde minha infância, época em que não me importava com o que os outros diriam a meu respeito (saudades disso). É uma pena eu não ter desenvolvido habilidades excepcionais em nenhuma delas: ler, escrever, desenhar. Não, eu não digo isso para me fazer de coitadinha e pedir elogios, eu sei que não escrevo tão mal (ou não teria feito este blog), não sou tão ruim de desenho e pelo menos estou me interessando por livros mais produtivos, mas o fato é que nunca me destaquei em nada do que falei. Não sei se isso é algum tipo de sentimento mesquinho e mimado, competitivo mesmo, e gostaria se não fosse, mas, independentemente do que seja, eu constantemente me sinto mal por nunca ter sido “a melhor” em nada, em qualquer lugar em que tenha representado algo. Sempre há alguém melhor que eu. Às vezes meu orgulho me faz, em princípio, desenvolver um rancor quase assassino contra essas pessoas, às vezes não; porém, invariavelmente, sempre que eu levo um “tapa na cara” como esses, minha auto-imagem, a qual demorei tanto tempo para reconstruir, juntando qualquer pedacinho bom ou ao menos apresentável que tenha, por sorte, encontrado, de repente se desmorona por completo, os pedacinhos cuidadosamente reunidos se descolam em uma explosão aquática (porque água? bem, é só a imagem que me veio à mente) e são levados pela correnteza…
(Isso me lembra uma música de Regina Spektor, Ode to Divorce. "So break me to small parts, let go in small doses, spare some for spare parts, there might be some good ones"... Muito boa, por sinal.)
Hoje pensei muito nisso, nessa minha incapacidade e falta completa de talentos, e fiquei bastante atormentada. Mas, por vezes, ficar me torturando com lamúrias finalmente cansa, e foi por isso que decidi tomar alguma atitude séria (embora eu já tenha decidido fazer isso inúmeras vezes). Chega de ficar o tempo todo estudando e esquecendo as coisas que eu realmente gosto de fazer. Eu não escolhi meu curso para ser uma aluna brilhante, até porque em muitos aspectos ele não tem NADA A VER comigo - ou pelo menos é o que venho tentando me convencer. De qualquer forma, o que importa é que não quero ver o tempo passar enquanto eu mofo em cima dos livros e desenvolvo problemas na coluna. Prefiro que isso aconteça enquanto desenho, enquanto escrevo, enquanto leio um livro que não me faça ter vontade de dormir (estou sendo cruel demais com meu curso, assim parece até que o odeio, o que não é verdade), ainda que eu nunca consiga desenhar ou escrever profissionalmente ou ter um gosto excepcional para livros. Só que eu também jamais saberia se eu tenho capacidade para tal se eu nunca tentasse e, portanto, decidi, de novo, correr atrás e recuperar o tempo perdido. É por isso, inclusive, que estou escrevendo de um jeito meio diferente, hoje (espero que não esteja parecendo pomposa ou intelectualóide, não é meu objetivo). Já é para treinar um pouco.
Enfim, falemos de coisas mais felizes e mais descomplicadas. Depois de tomar minha decisão, passei a ler com mais afinco o livro de Francine Prose. Acho que estou indo bem, porque, das duas ou três horas que o peguei para ler, já avancei umas 40 páginas. O livro é realmente muito legal. Os exemplos que a autora dá são totalmente empolgantes, e ela realmente está me fazendo parar para reparar no modo como cada autor escolhe palavras, constrói frases, quebra parágrafos, desenvolve narrativas, apresenta e explora personagens. Acho que, afinal, fiz uma boa escolha quando, num súbito impulso consumista, olhei para a cara do livro na loja, li as orelhas e decidi comprá-lo (foi bem assim, mesmo). Se der para manter meu tempo organizado como está agora, acho que daqui para o fim do ano eu consigo terminar esse livro e ler mais uns dois. Agora eu realmente me empolguei com isso. Estou até voltando a brincar com novas palavras, como a que vi hoje, “ensimesmado”. Palavra engraçada. Já a tinha visto antes, mas foi a primeira vez que procurei seu significado no dicionário. E o mais engraçado de tudo é que, de todas as outras vezes em que tinha me deparado com ela, supus certeiramente seu significado: “voltado para si mesmo”. Fiquei um bocado de tempo pensando na razão para isso, até perceber. Em-si-mesm-ado. Tão interessante! Eu intuitivamente já tinha percebido isso, pelo jeito. Acho que vou usar essa palavra pelo resto da vida. Até porque ela tem tudo a ver comigo - e com este blog também, por sinal.
Para o desconsolo de todos, ainda estou viciada em Naruto (se você não quiser me ouvir falando nisso, pule este parágrafo). Eu estou pirando com o capítulo desta semana, porque vi os spoilers e, finalmente, Sakura chegou. ELA CHEGOU!! Depois de 9 capítulos! Tudo bem que ainda não vai ter a conversa propriamente dita no capítulo dessa semana, mas pelo menos já demos um grande passo. Espero que todas essas semanas de espera não tenham servido para nada. Acho que eu entro em depressão se a conversa dela com Naruto for uma idiotice. Provavelmente vai ser. Melhor eu me preparar.
Também tenho estado muito viciada em Piratas do Caribe, nos últimos dias. Isso porque, finalmente, comprei a trilogia completa, e assisti o terceiro filme, que não tinha visto ainda. Mas o final foi uma decepção imensa. Eu até aceito que Elizabeth fique com Will, apesar de preferir MIL VEZES Jack Sparrow, mas, francamente... DEZ em DEZ anos?! Credo. Os românticos que me perdoem, mas eu fico muito agoniada com isso. Elizabeth, vá atrás do Jack, porra! Que droga. Foi por causa disso que saí procurando na internet por notícias e, como havia imaginado, parece que estão mesmo planejando um quarto filme. Só que Dick Cook, produtor dos filmes, a quem Johnny Depp creditava todo o sucesso de Piratas do Caribe, foi demitido da Disney e, com isso, Depp também anunciou que estava se retirando. Mas que BOSTA. Dizem que ele não pode desistir do quarto filme porque já está com contrato assinado, mas o quinto filme (dizem que haverá até o sexto) já não terá mais Jack Sparrow. Calma, ainda vai piorar. Para substituir Johnny Depp, estão considerando como candidato Robert Pattinson. ROBERT PATTINSON, o BUNDÃO que fez Edward, em Crepúsculo. DÁ PRA ACREDITAR? Johnny Depp, fodão, lindo, fodão, gostoso, fodão, deus grego, fodão, substituído pelo “oi-mecoma-que-eu-sou-gatxinho-tá?” do Robert Pattinson, aquele bocó desprovido de talento E DE BELEZA TAMBÉM. E pior, o que vão fazer com Jack Sparrow para justificar seu sumiço da saga? Vão matá-lo? Puta que pariu, acho que prefiro que o mundo acabe antes disso.
Uau, estou falando muito hoje. Eu estava pensando em falar mais coisas, só que assim ninguém vai ter coragem de ler tudo. Melhor parar por aqui. É que eu me empolgo escrevendo, parece que eu sempre tenho o que falar (basta ver meu twitter). É engraçado, porque eu sou bem calada, na verdade...
A imagem de hoje é apenas o plano de fundo da minha área de trabalho, mas, como falei em Johnny Depp hoje, nada melhor que enfeitar meu blog com ele. Bem, até mais, mosquinhas o/.
Divagando ou enrolando?
Ando tendo uns dias meio estranhos. Supostamente, estou já enlouquecida com as coisas da universidade, principalmente com Constitucional, só que minha cabeça vive na lua. Sei lá, eu sento pra estudar, organizo tudo, mas não consigo focar. É mais forte que eu, e isso não é uma desculpa. Eu realmente queria conseguir estudar direito, até porque me interesso pelo assunto (ou acho que me interesso), só que tem algum bloqueio mental que não deixa. Eu começo a pensar em qualquer outra coisa - ultimamente tenho refletido muito sobre Uranya -, ou a fazer outra coisa também, tipo desenhar, escutar música, comer (estou uma baleia de gorda, por sinal), ver besteiras na internet, quando estou com o computador por perto - tipo, sei lá, procurar spoilers de Naruto ou checar o orkut. Ultimamente, tenho bancado a twitteira também. O pior é que eu entro nessas distrações sem ao menos perceber... Quando dou por mim, passei meia hora, uma hora fazendo outras coisas, enquanto o livro esperava. Dá uma sensação estranha na cabeça. É como se eu estivesse longe de tudo, sei lá, é esquisito mesmo. Eu geralmente penso em ser metódica, em fazer leituras rápidas, em anotar cada vírgula, etc, quando planejo meus estudos, mas na hora mesmo, é como se... não sei nem explicar. Não é falta de disposição, nem preguiça, juro. É algum parafuso que está faltando na minha cabeça, mesmo.
Nem adianta falar de Naruto. Daqui a pouco completam 10 capítulos sem Sakura. Vai tomar no cu, Kishimoto, sério.Tenho mais o que fazer.
Tipo escrever Uranya. Ou pensar na história, pelo menos. Eu estaria escrevendo agora, se meu teclado não estivesse assim. Escrever no blog ainda dá, porque é uma coisa mais livre, descompromissada, não me preocupo muito se estou escrevendo frases legais, ou escolhendo as palavras certas. Mas escrever uma história é diferente, e com o teclado quebrado é foda. Nem me sugira escrever à mão. Nunca dá certo pra mim, porque eu perco a folha, desisto ou esqueço de passar à limpo. Além disso, escrever à mão demora mais.
Tenho escutado muito o novo CD de Muse também, The Resistance. Cara, dá até vergonha de admitir, principalmente quando eu penso o que certos amigos meus vão pensar quando lerem isso, mas uma das músicas que eu mais estou escutando é a Undisclosed Desires... Eu gosto dela, não sei porque. Antes, era Unnatural Selection, mas abusei um pouco dela. De resto, o CD não é o melhor dos de Muse, certamente, embora haja uma maior porcentagem de músicas boas nele em relação aos outros que conheço. Mas nenhuma delas é excepcional, tipo Supermassive Blackhole, Map of the Problematique, Hysterya, MicroCuts, Bliss, Sunburn, etc. São boazinhas, apenas... Acho que Muse está tentando ficar mais “palatável” para um público maior, já que muita gente gosta deles. Suposição minha.
Também baixei o novo CD de Arctic Monkeys, Humbug. Não terminei de ouvir, mas também não me impressionei muito com ele (eu esperava mais). Sei lá, eu senti falta de mais velocidade na música, ou talvez mais jovialidade, mesmo. Bem, o que me pareceu, pelo menos, foi que a banda “amadureceu” e passou (ou tentou passar) isso pro som deles, e não ficou ruim, mas eu ainda fico com o Favourite Worst Nightmare, que tem músicas totalmente excelentes, como Brianstorm, Teddy Picker (!!!), D is for Dangerous, Balaclava, Fluorescent Adolescent, Old Yellow Bricks e 505.
É, eu queria ter outras coisas pra falar. Se eutivesse terminado pelo menos o Para Ler Como um Escritor, de Francine Prose, ou o Três Dedos, de Rich Koslowski... Se eu tivesse pelo menos tocado no Modotti, de Ángel de la Calle, ou no Aves de Rapina, de Wilbur Smith... enfim, a lista é grande, e o tempo é curto. Espero poder ler tudo isso e muito mais, nas férias.
Pra quem quiser baixar:
Muse - The Resistance (2009)
Arctic Monkeys - Humbug (2009)
That's all. Ah, e não tive muita criatividade para a imagem de hoje, só coloquei a primeira que vi, mesmo, e forcei a barra pra o título do post "combinar". Ridículo, eu sei, fazer o quê.
(con)vivendo e (não) aprendendo
É, eu sei que eu prometi fazer uma descrição "completa" do show de Beirut, mas quer saber? Eu não sei fazer essas coisas. Só posso dizer que achei incrível ver a banda lá, pertinho de mim, tocando as músicas que eu mais gostava, e eu gritando como uma louca, junto com aquela galera toda... A voz dele estava meio diferente, mas eu meio que esperava por isso. Não alterou minha emoção com o show. Eu devo ter ido muito mais pra ver a banda que para escutá-la, mesmo, sei lá.
Outras pessoas se importaram com a voz dele. Como eu sou uma energúmena incompreensiva sem senso crítico e sensibilidade, eu tenho essa mania de ter raiva de quem critica o que gosto. E pra piorar, em vez de esconder isso, eu deixo transparecer. Bravo. Porque eu tenho razão, certo?
Parece até ironia. Semana passada mesmo, eu estava falando aqui justamente no contrário, quando eu criticara algo de que a pessoa com quem eu conversava poderia gostar. Talvez eu tenha sentido na pele o que já sentiram por mim, mas (que novidade) reagi da maneira errada. Típico. Nem sei se eu acredito em quanquer tipo de entidade sobrenatural, mas, se eu acreditar, eu devo estar pensando que isso foi castigo, foi uma sacanagem de alguém lá em cima, ou então foi só minha lição de casa, mesmo. Vai saber.
Acho que é por isso que eu sou anti-social. Quanto menos gente eu conheço, menos chances de fazer merdas como essas. Hoje foi legal, minha MÃE disse que eu era uma imbecil. Perfeito, meu dia.
O mais irritante de tudo é que as merdas que andei fazendo foram merdas que já fiz antes. Quem falou que "quem erra, aprende" era um grande bocó. Nunca vi uma abobrinha tão absurda. Eu só aprendo quando acerto, mesmo. E quando isso envolve conviver com pessoas, aí eu me perco. Quando ofendo alguém, sempre tomo uma atitude superior, do tipo "que besteira, você se ofendeu com isso?", mas espero que as pessoas entendam quando sou eu que estou ofendida, ou simplesmente escondo minha raiva, quando isso acontece. Aí um dia eu deixo escapar e dá nisso, alguém se ofende com minha franqueza (essa história de ser sincero também é papo furado, sinceridade só traz brigas). E recomeça o ciclo. Aí eu fico ruminando no cérebro as besteiras que fiz, por toda a eternidade, e nunca tomo uma atitude correta em relação a elas, nem para prevenir, nem para remediar. Isso é que é atitude. Às vezes eu me sinto como Atlas, segurando o céu com as costas, só que o céu é minha vida, por causa disso, do peso na consciência. O que inclui pesos que eu mesma inventei, sem motivo, só por causa de minhas paranóias. Eu queria ser menos complexada e saber desenrolar as coisas, ou ao menos encará-las com leveza. Me vê um pouquinho menos de orgulho pra concertar as besteiras, também, tô precisando.
Bem, talvez eu só esteja numa onda de azar, mesmo. Acontece.
Maldita lei de Murphy.
Mundo de caixinhas

Tudo bem, eu sei que disse que só postaria aos domingos, mas deu na telha falar aqui hoje o que eu andava pensando há uns 5 minutos atrás.
Essa minha mania de falar o que vem na telha é bem problemática, às vezes... Principalmente quando o que eu falo tem algum conteúdo crítico, e ainda mais quando o objeto da crítica é algo do que meu interlocutor gosta. Acho que acabo sendo cruel. Mas sempre percebo isso só depois de já ter falado, afinal, eu sou aquele típico exemplo de quem fala sem pensar. E o que é mais irônico e paradoxal é que isso acontece com muito mais freqüência justamente no pior dos casos, que é o que já falei: quando critico algo. Acho que isso pode ser justificado pelo fato de que "criticar" é algo meio que novo para mim, daí eu acabo me empolgando quando percebo que "ah! Eu tenho uma opinião a dar!", e me desembesto falando (já falei como eu adoro gírias nordestinas?). Sério, eu realmente penso que seja isso. Já devo ter ofendido alguém com esse vício estranho (mais um pra minha lista).
O que me fez pensar em outras coisas. Eu sempre vinha reclamando que não tinha senso crítico nenhum, e outras pessoas repetiam o mesmo para mim, e acho que, finalmente, desenvolvi algum. Mas não sei mais se eu devo ficar feliz por isso. Por que eu queria criticar as coisas, a propósito? Provavelmente, de início para evitar torrar meu cérebro com coisas ruins demais. Tipo, sei lá, a novela dos Mutantes (perdão a quem gostava). Mas não sei, hoje em dia é como se tivesse algo além disso, como se eu precisasse o tempo todo mostrar a mim mesma o quanto sou capaz de avaliar algo. Talvez seja simplesmente uma forma meio desesperada de tentar me sentir meio que superior, inteligente ao menos. Não que, conscientemente, isso me passe à mente quando critico algo, na verdade a crítica, em alguns aspectos, já me vem naturalmente, e não simplesmente porque eu quero criticar. Só que o que eu venho ponderando é acerca dos benefícios e malefícios que isso trouxe a mim. Por um lado, vem o que é óbvio e já em parte citado, que qualquer pessoa "cult" ou "pseudo-cult" (até pra isso tem rótulo, né...) reitera com paixão, e que acho não ser necessário repetir aqui; mas posso pontuar, à distância, a importância de analisar as coisas e ter opinião própria, etc. Por outro lado, até que ponto isso realmente vai me fazer ter acesso a coisas melhores? Quantas coisas boas, ou quantos bons aspectos de coisas que menosprezo, me passam despercebidas, simplesmente porque não me dou mais ao trabalho de olhá-las? Aliás, alguém me explica o que porra é algo “bom”, porque eu não sei.
O que quero dizer é que criticar, não criticar, pff, tanto faz, isso é só uma parte da história. Acho que, antes, o mais importante é o sentimento que algo traz para nós. Por exemplo, vivo falando sobre o filme "Crepúsculo" com as pessoas, mesmo sabendo que ele faz um sucesso enorme e que há o risco de a pessoa com quem estou falando ter gostado dele, enquanto eu o considerei claramente mal-feito, tosco, ridículo, e o único sentimento que desenvolvi perante ele foi raiva, repulsa. Mas isso não faz dela uma pessoa de “mau gosto”, nem de mim uma pessoa “culta”, e ter gostado do filme não é nenhum sinal de incapacidade intelectual de criticar algo. Tenho certeza de que qualquer um, com ou sem esforço, poderia ver os erros desse filme, como eu, de alguma forma, consegui, mas talvez isso simplesmente não seja o que importa para eles. E o que há de errado nisso?
Não estou falando nada mais que o óbvio. Isso aqui é mais como um desabafo para mim mesma. No fim, até mesmo essa minha busca pela construção de um espírito crítico não passa do velho clichê do “encaixar-me em algum lugar”. Gosto mais de pensar em “encaixotar-me em algum lugar”. Em alguma dessas caixinhas que estão por aí. Emos. Metaleiros. Surfistas. Patricinhas. Nerds. Cults. Pseudo-cults. É tudo farinha do mesmo saco. Há até aqueles que dizem “abstenho-me de rótulos” e vão viver a vida... indie... deles por aí. Não adianta. Sempre tem alguma caixinha pra entrar. As pessoas sempre vão TE encaixar em uma delas, nem que você não queira. Cansei de ouvir que pareço uma emo. Ou que sou nerd. Já até me chamaram de cult, embora eu seja muito mais puxada para o pseudo-cult. Nem sequer sei se as coisas que leio e assisto são lidas e assistidas pelo simples fato de que gosto dela ou porque eu estou tentando tirar delas algum proveito, algum aprendizado de mude meu comportamento e minha imagem perante outras pessoas. Será que gosto mesmo do que “gosto”? Mas por que eu gosto? Como eu poderia sequer falar que não gosto de rótulos, se estou constantemente pensando se aparento pertencer a um do qual não goste?
Acho que estou bêbada. De sono mesmo, certamente.
A imagem de hoje veio novamente do Mostra al Grand.
(Eu devia parar de escrever esses textos estranhos. Ou, pelo menos, não mostrá-los a ninguém.)
Rotina...
Fui para a universidade, como sempre (é, já não é mais novidade, que pena), conheci novos, e bons, professores. Mas logo me acostumarei com eles, e eles perderão a graça. Fiz tudo o que eu sempre faço nas sextas-feiras. Tive consulta, li o capítulo da semana de Naruto, fui ao shopping tomar um café com minha mãe (veja só como a gente chama esse hábito: "bater o ponto"...). Amanhã, talvez eu vá novamente ao boliche com o pessoal da universidade, ou talvez eu vá a uma feira japonesa com outros amigos, amanhã ou domingo. O boliche, pelo que vejo, vai virar "tradição" da minha turma. E eu costumo ir na tal feira japonesa, quase todo ano. Não é que não seja divertido. Felizmente, as pessoas não costumam seguir um padrão, se é que me entendem. Mas dá vontade de fazer algo diferente. Realmente diferente. Algo que eu nunca tenha feito antes, e que eu só faça uma vez na vida. É sempre assim. A primeira vez que fazemos algo novo sempre tem aquela magia (odeio essa palavra, mas vá lá) estranha, aquele friozinho na barriga, às vezes até uma sensação de aventura, aquele medinho de ferrar tudo na hora. É tão gostoso. Não é a mesma coisa quando tentamos pela segunda vez. Nunca é. O que me faz lembrar de um comentário de um professor que tive, semestre passado. Ele indagava a turma sobre quem já tinha assistido "2001: Uma Odisséia no Espaço". Diante daquele silêncio apático de todos, ele respondeu "Tenho inveja de vocês". E continuou, ao perceber nossa expressão de estranheza, com aquele sorrisinho, no canto da boca, típico de quem sabe que está dizendo uma frase foda: "vocês ainda podem se impressionar com esse filme. Por mais que eu assista várias vezes, nunca mais terei a mesma reação que tive na primeira vez que assisti. É sempre uma visão diferente, mas o sentimento nunca mais será tão forte". Algo assim, né. A frase não era dele, era de alguém que lhe tinha falado antes, mas tanto faz. Não importa quem criou a frase, o que importa é que eu a conheci. E, certamente, jamais esquecerei.
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A Preguiça: Parte II
Não vou estudar hoje. Dane-se. Andei vendo umas imagens, naquele mesmo blog de onde tirei a imagem de antes de ontem, e ele me inspirou tanto para escrever, quanto para desenhar. E é isso que vou fazer. Daqui a pouco, não vou mais ter tempo de fazer isso, embora o intervalo das 18 às 19h seja sagrado, para mim; é meu horário de descanso-sem-culpa. Vou tentar fazer isso aos domingos, também. Portanto, já está dado o recado: de agora em diante, só postarei aqui aos domingos. (Não que alguém se interesse por isso, ninguém sabe que esse blog existe, mesmo.) Nunca soube como algumas pessoas conseguem fazer isso, digo, deixar o domingo sempre livre, sem se prejudicar. Mas não vou ficar estudando que nem uma maluca até morrer com mofo no cérebro. Digo de novo: D-A-N-E—S-E. Eu vou dar um jeito, nem que eu tenha que passar todas as noites em claro o resto da semana. Acho que eu agüento o tranco. Bem, depois de ter escrito mais de 20 páginas, sozinha, de um trabalho de Sociologia, e de tê-lo apresentado satisfatoriamente, também sozinha, acho que passei a confiar mais em minha capacidade. Só espero que eu não esteja me iludindo. Bem, se for isso, fazer o quê.
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Sobre Naruto
Como previsto, Naruto foi uma decepção. Não agüento mais aquela luta tosca de Sasuke VS. Raikage. Negócio chato. Principalmente por causa do Sasuke. Eu até gostava dele antes, mas agora ele anda um saco. Queria tanto que ele se estrubicasse nessa batalha. Mas é improvável. Sasuke é Overpower, é o personagem mais apelão da história, não vai perder assim. E que conversa é aquela entre Naruto e Madara? Que história tosca, essa do antepassado dos ninjas cujos dois filhos deram origem a clãs destinados a batalhar para sempre, blábláblá. E que coisa forçada, dizer que Naruto descende dos Senju. E essa obsessão da história pela busca da paz dá nos nervos. Eu até não ligo que o Naruto queira isso, é bem do perfil dele pensar coisas inocentes. Chega a ser fofo (já contei o quando eu adoro o Narutinho?). Mas todo mundo, do nada, parece pensar nisso, quando pouco se falava no assunto, antes da batalha contra Pein. Eu gostava mais da história quando ela era menos complexa e menos metida a filosófica. Nos últimos tempos, têm surgido cada vez mais “revelações”, uma atrás da outra. A história está se desvirtuando. Até esse lance, agora, de Konoha ter de lidar com Sasuke (leia-se, matá-lo), distorceu as coisas.
Eu espero que, em algum momento, sejam resgatadas coisas do passado, ou então vai ficar estranho, vai virar uma história diferente. Por exemplo, eu adorei o capítulo em que Naruto, após ter derrotado Pein e salvado a vila inteira (e ter feito ressuscitar quem tinha morrido. -_-‘), é recebido por todos da vila como um herói, e são mostradas as cenas do comecinho da história, em que ele falava do seu sonho de fazer com que todos o reconhecessem, etc. Bem, eu gostei. Sem falar no abraço que Sakura dá nele ;). A propósito, só um comentário: essa foi a prova, para quem ainda insiste em acreditar em Naruto e Hinata (disse apenas acreditar, não simplesmente gostar), de que a tampa da panela dele, a outra metade da laranja, a azeitona da empadinha, o chinelo velho pro pé cansado do Naruto (como eu gosto de usar essas expressões!) sempre foi a Sakura. Primeiro, porque acontece logo depois de mostrar um quadro onde ela (Hinata) aparece, chorando. Segundo, porque Naruto nem procura por ela (que, cof cof, salvou a vida dele na batalha em que também se declarou) na multidão , mas logo percebe Sakura (bem, tá certo, foi ela que veio em direção a Naruto, mas Hinata também estava por perto). Depois, vale lembrar que para nós, ocidentais, um abraço nem significa tanto. Mas com os japoneses é diferente. Lembrem-se que, lá, a novidade que a “nova geração” (dos que são “bem-comportados", né) trouxe para os namoros foi segurar as mãos em público. Eu li uma vez que, lá, essa foi a prova de que Naruto tinha dona. Pode ser só boato, mas eu quero acreditar nele.
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Coisas avulsas e supérfluas
- Decidi começar de novo uma dieta. Ser gorda cansa. Eu sinto o tempo todo papadas em meu rosto, e pessoas olhando pra elas, sinto minha barriga mole aparecer mesmo quando uso batinhas, percebi que estou usando tamanho 42 (às vezes 44), e que algumas calças que até três semanas cabiam em mim já não cabem mais. Agora é sério. Vou perder dez quilos de uma vez, e não vou tornar a ganhá-los, nunca mais.
- O livro de Francine Prose continua me surpreendendo. Mas não confio em meu senso crítico. De qualquer forma, estou aprendendo algumas coisas. Senti até que, hoje, meu estilo de escrita estava um pouco diferente. Sério. Efeito Placebo foda.
- Corto ou não corto? Eis a questão. Não agüento mais meu cabelo, está chegando na metade das costas, mas está quebrado e seco, horrível, e caindo aos tufos. Ainda assim,me dizem que fico melhor de cabelo comprido, mesmo. É verdade,uma vez cortei bem curto, acima do ombro, e ficou ridículo. Cada detalhe de tortura de meu rosto pareceu se multiplicar por, tipo, 1.000.000. Ainda assim, de vez em quando penso em cortar. “Talvez se eu fizer um corte diferente daquele...”, penso. Uma vez eu li em um blog que a relação da mulher com seu cabelo parece ser a única coisa de duradoura que ela sente ter em sua vida, por isso o receio em cortar. Deve ser isso o que vem acontecendo comigo.
- A imagem de hoje veio, de novo, do “Una mostra al grand”. A arte é de Nicolás Uribe. Achei que tinha tudo a ver com o clima e com o post de hoje.
- Percebam que Naruto, de novo, acabou ocupando a maior parte do espaço do post. Qual é meu problema?
- Eu devia mudar o nome do blog para "O Mosqueiro". Acho que vou fazer isso.
Direito Romano e a Preguiça
Procura-se novos vícios.
Mas é rosa!

Mais um primeiro post... talvez o último, de novo. (O Recanto do Pseudo-Cultismo)

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